sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Nossa Fé

Jesus Cristo é a Fonte e o Espelho de Todas as Vocações


O Chamado que Conduz a Igreja de Cristo 
Desde 1981, Agosto é, para nós católicos, o mês das vocações. E o que é uma vocação, senão o exercício de um sim para um chamado que queima no coração e que, de tanto queimar, se torna impossível de conter?
A palavra vocação, originária do verbo latino “vocare”, quer dizer chamado. Por isso, aos cristãos, é sempre um chamado de Deus para alguma missão específica. Cada filho chamado por Deus-Pai, quando abre seu coração a este chamado, se sente impelido, naturalmente atraído para cumprir aquilo a que é chamado.
Nossa Igreja vive e se renova ao longo dos séculos por causa das vocações de milhões e milhões de pessoas. Como veremos, são várias as vocações, de diferentes naturezas, com diferentes finalidades e efeitos, mas todas igualmente importantes, sob a mesma fé, imbuídas do mesmo Espírito, servindo ao mesmo Senhor.
No universo cristão, vocação não é a mesma coisa que profissão, pois não está diretamente conectada a aptidões inatas de qualquer natureza, algo que naturalmente excluiria a muitos e geraria frustrações profundas em tantos outros.
Todo ser humano filho de Deus, principalmente todo batizado, é chamado a ser sempre e em todo lugar “sal da terra e luz do mundo”. Essa incumbência de todo cristão é, em si, uma vocação.
O cristão se caracteriza por ser sempre chamado a praticar o bem e a promover a justiça, afastando-se de tudo que é mal. Mais que desejo, realizar nossa vocação é um imperativo ditado pela nossa adesão incondicional a Cristo.
Vocação é mais que talento (como no dicionário), mais que inclinação, que uma simples propensão. É tudo isso, mas é, antes de tudo, um ato de liberdade suprema, uma escolha pelo amor, um ato de desprendimento de si próprio em prol dos irmãos (dimensão solidária de nossa existência), auxiliando-os em sua jornada de dignidade, descobrimento, potencialização e realização plena, também a partir do exercício de suas próprias vocações.
Vocação, portanto, tem a ver com o chamado essencial de felicidade plena e madura (sentido da vida) que Deus quer para o Homem criado à sua imagem e semelhança – a vocação fundamental à santidade. Seguir Jesus é encontrar e viver essa felicidade plena, pois como aprendemos em João 10,10, aceitar Jesus é ter vida e vida em abundância, mesmo com todas as dificuldades, tribulações e limitações impostas pela vida. E isso mais do que suficiente, é fantástico, porque o que Jesus promete nessa passagem do Evangelho de João é abundância de vida, a vida eterna conquistada por Ele na cruz; e não a vida mundana abundante de bens materiais, conforme apregoam algumas seitas supostamente cristãs.
Como tudo que vem de Jesus e é feito para o seguimento a Jesus, não há vocação que se baste em si própria, como não há bem que beneficie somente a quem o faz. Vocação, em Cristo, é e deve ser para o outro, porque tem a ver com trabalhar no projeto de Deus, na construção de seu Reino, propagado há 2000 anos.
É certo que todas as vocações são importantes, pois todas conduzem àquilo que é perfeito por definição: a caridade. Esta, por sua vez, se apresenta como a principal essência da vocação universal à santidade. E isso tem tudo a ver com a construção do Reino de Deus nesta vida, neste mundo. Assim, fica claro perceber que é pela manifestação produtiva das vocações que se fortalece a caridade, que direciona todos e a cada um de nós à santidade.
O primeiro passo para descobrirmos e termos certeza de qual é nossa vocação específica, qual é nosso papel na obra de Deus, é exercitarmos o desafio de ouvir atentamente o Seu chamado: ouvir nosso coração, ouvir o som no mais profundo de nossa mente, ouvir o apelo mais singelo de nossos irmãos, o clamor da Igreja, as palavras de Jesus. Como a fé, a vocação também se materializa pelo ouvir, mas é outro tipo de “ouvir”.
Este mês vocacional proposto pela Igreja tem por objetivo nos chamar à ação concreta a partir de nossa(s) vocação(ões) específica(s). Por isso, devemos refletir sobre a importância de nosso papel e de nosso compromisso com o Projeto de Deus, com a Igreja e com a sociedade. Afinal, para Jesus, todos importamos, porque “a messe é grande e os operários são poucos” (Lc 10, 1-9).
Querido Irmão, querida irmã: vale, então, refletir: Com que frequência você tem ouvido seu coração? Você já encontrou sua vocação? Pelo menos a tem procurado? Que ações concretas você tem produzido para a edificação do Reino de Deus em sua comunidade, começando por sua família?
Jesus Cristo ressuscitado, antes de voltar ao Pai, nos transferiu sua força transformadora pelo Espírito Santo, que nos deixou como advogado. Esse Espírito Santo é quem constantemente nos capacita com dons e é também quem nos fomenta e aquece as vocações latentes em nossos corações.
Jesus fez isso para que pudéssemos ter resiliência, confiança, fé e esperança suficientes diante de todos os riscos, contraditórios, perseguições e desafios que desde sempre sabia e anunciou que enfrentaríamos ao carregarmos sua Mensagem e edificarmos sua Igreja ao longo dos séculos.
Cristo é a rocha espiritual sobre a qual a Igreja foi lastreada
Somos membros da Igreja instituída por Cristo e sobre Cristo – Ele, a pedra rejeitada, a rocha espiritual sobre a qual a Igreja foi lastreada, porque dela, seu corpo místico, é a cabeça e, antes de tudo, porque é o Verbo Encarnado, a Palavra de Deus, o Filho Salvador.
Cristo repetidamente anunciou que subiria ao Pai; que não estaria mais presencialmente conosco até o momento oportuno de sua volta. Com isso, nasceu e floresceu a importância do discipulado vivo, presente, eficiente, capaz de se capilarizar e converter a tantos quantos possível, porque sem Jesus presencialmente neste mundo, caberia aos discípulos – a nós – construir sua Igreja.
Pedro, o 1º. discípulo e 1º. papa, é a rocha humana que Cristo escolheu para conduzir sua Igreja
Simão Pedro, o primeiro e líder dos discípulos, o pescador simples, rude e analfabeto, tornou-se nosso primeiro papa. Pedro, em si, é a síntese do povo católico, em tudo que representa de santo e pecador.
Pedro, esse líder, foi quem negou Jesus 3 vezes, quem dormiu no Jardim das Oliveiras enquanto o Senhor sofria agudamente antes de sua captura pelos soldados romanos, aquele que foi chamado de Satanás pelo próprio Jesus (Mt 16, 21-27).
Mesmo com essas atitudes, Jesus “rebatizou” Simão de Pedro (Kepha ou Cefas = rochedo em grego) e o transformou na rocha humana, falha e pecadora, escolhida pelo Salvador desde o início para conduzir sua Igreja (“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” – Mt 16,18).
Pedro e essa “estranha” decisão de Jesus
Mas porque Jesus teria outorgado sua Igreja e as chaves da religação com os céus a Pedro, se Ele já sabia detalhadamente de todos seus pecados e falhas? Por que não João, o discípulo amado, aparentemente “melhor”, Thiago Maior ou Filipe (ambos supostamente líderes mais fortes), ou qualquer outro discípulo?
Parece não fazer sentido… mas faz enorme sentido e isso é a mais singela VERDADE sobre a legitimidade de nossa Igreja: Deus-Pai nos amou mais que tudo, antes mesmo de termos a chance de perceber, compreender e retribuir a parte humanamente possível desse amor infinito, mesmo com todas as nossas falhas e natureza pecadora.
Jesus não poderia esperar que seres imperfeitos pudessem aceitar o fardo impossível de edificar a perfeição na Igreja, representada por Ele. Jesus quis (de fato foi sua ESCOLHA) que a imperfeição humana conduzisse sua Igreja (no âmbito humano), porque somente assim a Igreja seria humilde, pequenina e verdadeira o suficiente para ser reflexo da Humanidade falha e, portanto, capaz de espelhar, acolher, perdoar e converter para Sua Mensagem e para o Reino do Pai. Só assim seria possível esperar que houvesse conversão real de cada um de nós, adesão verdadeira ao Seu Projeto e, portanto, o discipulado a partir das vocações individuais.
Por isso Jesus escolheu Pedro: porque Pedro representa em essência toda natureza humana. O mesmo Pedro que deu seu sim “sem pensar” ao chamado do “desconhecido” Jesus na praia enquanto pescava com seu irmão André; aquele que defendeu Cristo cortando a orelha de Malco; que teve a graça de confessar, antes de todos, que Jesus era o verdadeiro Messias, o Filho de Deus (a “revelação fundamental de Pedro”), é o Pedro que também foi capaz de fugir, negar e tentar conter o projeto salvífico do Senhor.
Pedro é claramente, em maior ou menor dimensão, exatamente o que somos como imitadores de Cristo: seres dicotômicos na fé, claudicantes na certeza, santos (porque santificados por Cristo) e pecadores por natureza.
A Igreja só é perfeita porque é santificada por Jesus
Eis aí a perfeição completa da Igreja. Perfeita, porque inspirada, criada e alimentada por Cristo, sua cabeça, é espiritualmente Santa, definitivamente Santa. Perfeita também porque incorporando a imperfeição de todos nós pecadores – justamente aos que Cristo veio salvar e reconciliar com o Pai, na cruz – é pecadora pelos pecados de seus membros, desde Pedro, mas humanamente Santa, pela santificação dos Homens que por ela vivem… todos nós santificados pelo sangue e graça de Cristo.
Nossas vocações materializadas em amor supremo a Deus e serviço ao próximo são o fermento da Igreja de Cristo
Pelo que está acima, temos, como Pedro, a obrigação de ser e agir como Igreja VERDADEIRA de Cristo – e não como Igreja que “também” tem ou traz Cristo em sua doutrina. Aqui não há e não pode haver relativizações do papel e da primazia de Jesus, porque não há doutrina de Cristo no Catolicismo, mas Cristo e seu Evangelho como única doutrina do Catolicismo.
Por isso, se não materializarmos nossas vocações em serviço ao próximo, estaremos negando o Evangelho de Cristo, ao manter improdutivos os talentos que nos foram dados por Deus (conforme a Parábola dos Talentos contada por Jesus em Mateus 25, 14-30).
Em suma, as vocações são dons que devem ser transformados em FRUTOS concretos do Espírito e é somente atendendo a esse chamado de Deus que conseguimos, como espécie, realizar plenamente nossa vida nesse mundo (sentido existencial).

Retirado da revista Kênosis - Fascículo III: Vocações e a Igreja Viva
Contribuição de Paulo Tadeu

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O tal Casamento

No próximo final de semana, estarei completando 16 anos de casado. Como passou depressa... e como eu estava despreparado para a realidade do matrimônio.
Celebramos nosso casamento no ano em que completei 30 anos e minha esposa 26. Julgava ter esperado o suficiente e vivido bastante a vida de solteiro, pronto para viver uma vida a dois e construir a minha própria família. Aos 30 anos eu já estava formado, tinha um emprego estável e a condição, ainda que bem austera, de sustentar nossa casa.
Planejamos esperar uns anos para ter filhos. Queríamos fazer umas economias, ter uma moradia própria e principalmente, fortificar nosso amor. Concordávamos que ser Pai e Mãe era uma “brincadeira” séria e não queríamos correr o risco de viver uma separação, que por si só é bastante traumática, com filhos então...
Mas tentar controlar nossas vidas é uma atividade dolorida, frustrante e desnecessária. As coisas acontecem no tempo de Deus e demoramos um pouco a entender isto. Apesar de toda organização, nos vimos destruindo nossa relação após termos alcançado a maternidade, um lar e crescimento profissional.
Antes de jogar a toalha e caminharmos cada um para o seu lado, decidimos fazer uma terapia de casal. Precisávamos de ajuda. Já estávamos muito seguros de nossas verdades unilaterais, para conseguir conversar (escutar e entender o outro) sozinhos. Foi muito melhor do que eu imaginava. Começamos incrédulos. Apesar de a terapeuta ter moderado nossas sessões com maestria, entrávamos no carro esbravejando e acusando um ao outro, mas com o tempo, as raivas e brigas foram trocadas por risos e chacotas dos nossos próprios erros.
Acho que Deus deve ter visto nosso esforço para aceitarmos nossas imbecilidades e resolveu nos mandar mais um anjinho para cuidar. O que aumentou ainda mais nossa responsabilidade como guardiões da nossa família.
Mas a rotina é cruel e o mundo te vende felicidades. Trabalhe, ganhe dinheiro, compre mais, viaje, tenha mais, etc e você será feliz.
Mesmo não sendo do grupo dos mais bitolados, também “dançamos conforme a música,” vivíamos e vivemos como o nosso entorno e ai, esquecendo do que realmente nos uniu, do amor que temos um pelo outro e de viver neste amor, fomos nos distanciando outra vez... A grande diferença era a consciência do limite. Como já havíamos experimentado os problemas de uma relação egocêntrica e egoísta, tínhamos nossa referência do até onde chegar antes de acionar os antigos problemas e por isso, já não nos permitíamos ir muito longe em nenhuma das discussões. Ainda assim faltava algo.
Sei que Deus tem o seu plano para cada um de nós e não descuida dos Seus filhos. Ele decidiu então nos dar outra ‘mãozinha’, colocou então algumas pessoas no nosso caminho para nos ajudar. Convidaram-nos a participar do Encontro de Casais com Cristo e apesar de relutar por dois anos, dissemos sim no terceiro.
Sem dúvida nenhuma, um dos melhores presentes que já recebemos na vida!
Estar próximo de Deus e de Seu plano. Participar de uma comunidade na qual as pessoas buscam diariamente viver de forma Cristã, claro que ninguém consegue sempre e até isso é bom. Termos a referência de Cristo, dos irmãos de Fé, alivia a caminhada e nos dá força para fazer diferente. Um casamento a 3, tendo Deus como o Elo da nossa união. Este é o segredo de uma união com amor e do Sacramento do Matrimônio.
De lá para cá muita coisa mudou em nossas vidas, inclusive o amor que sentimos um pelo outro. Este, nunca foi tão claro, tão sólido e tão Divino quanto é agora.
Quais são os casais que você quer conviver? Que tipo de exemplo você quer para vocês e para os seus filhos? Quer educá-los na Fé ou deixá-los expostos ao materialismo humano? Quer se cercar de amigos cujo maior interesse é ver Cristo em você?
Diga sim! Abra mão de um fim de semana normal e experimente fazer um Encontro com o seu cônjuge e com Deus. Um sim sempre abre muitas possibilidades.
Amém!


Paulo Tadeu de Resende 

segunda-feira, 25 de março de 2013

Habemus Papam


     Em minha vida, eu só consigo me lembrar de dois Conclaves, afinal, em 1978, quando o querido João Paulo II foi elevado ao posto máximo da Igreja Católica, eu era muito menino e não me resta, deste evento, memória efetiva.
O primeiro, elegeu o Alemão Joseph Ratzinger, tornando-o, Papa Bento XVI. O segundo, a poucas semanas, trouxe nos o amável Papa Francisco.
     Confesso, que não acompanhei com muito entusiamo a trajetória de Bento, e por isso, me abstenho de comentar seu papado. Até porque, meu objetivo, neste artigo, é o novo Papa. Novo. E como toda novidade, Francisco (espero que não seja um desrespeito me referir a ele sem a devida cerimônia) trouxe consigo diversas atitudes carregadas de inovador pastoreio. Sempre tive um enorme Amor por João Paulo II, por seu carisma e busca de aproximação com o povo de Deus, contudo, nunca me senti tão feliz em me referir a um Papa como me sinto agora, em relação ao novo Pontífice. Suas ações vêm encantando o mundo, Católico e não católico, por sua simplicidade, carisma, desapego material e vontade de implementar mudanças, que aproximem, cada vez mais, o Ser Humano, de Seu Criador. Em geral, as mudanças causam ansiedade e resistência. Mas Francisco está rompendo estas e outras barreiras com seu sorriso e atitude positiva. O que me cabe neste momento é acreditar, que o Amor pregado pelo Cristo está sendo, cada vez mais, vivido pela Igreja que me abraçou e dentro da qual, tenho meus maiores e melhores momentos de Fé e vida Cristã.
     Oro, todos os dias, por Francisco. Para que seu Pontificado nos renove a Fé Viva. Que nos renove a Esperança Amorosa. Que nos renove a Força Transformadora. E agora, peço a você, que lê estas simplórias linhas, que oremos por Francisco, pedindo ao Amoroso Mestre Jesus que a sua Divina Luz ilumine, guie e oriente, os passos, pensamentos e ações do nosso novo Pastor.
Seja bem vindo, querido Amigo.
Habemus Papam!
     Grande e Fraternal abraço, do amigo;
     Márcio Vitor

quarta-feira, 8 de agosto de 2012



O Professor Elimar Melo é candidato a Vereador em BH sob o número 11011.
Sua plataforma tem como base a Família, a instituição responsável pela introdução e manutenção dos valores do ser humano.
Atuando na Associação Família de Caná há mais de 35 anos, o Professor Elimar participou do movimento de jovens, da diretoria da Associação, da elaboração e coordenação de centenas de retiros Espirituais voltados a promover uma consciência Cristã em adolescentes, jovens, dependentes químicos e seus familiares.
A decisão de ser um representante público não veio dele, mas de todos nós que atuamos na Associação e queremos alguém que trabalhe pela manutenção das famílias de uma forma Cristã, missionária e apostólica.
Escolhemos o Professor Elimar para esta missão por sua sólida formação ética, moral e religiosa conquistada nos últimos 35 anos, dentro de uma instituição que visa a harmonia da família em Cristo. Uma casa aonde os valores são preservados e trabalhados para que seja uma blindagem contra o desamor, a ruptura familiar, a falta de fé, as drogas, os crimes e outros males que abalam a sociedade.
Da mesma forma, a ampla experiência do Professor Elimar Melo na gestão de escolas e capacitação de profissionais, através de treinamentos que ministra e palestras em diversos congressos educacionais, o habilitam a promover discussões e a propor projetos para o desenvolvimento da educação.
As propostas iniciais que queremos são baseadas em três pilares:
• Harmonia da família em Cristo;
• Melhoria da qualidade e ampliação da educação;
• Prevenção e recuperação de dependentes químicos.
Pessoa preparada, madura, comprometida e disposta a mudanças, o Professor Elimar Melo é nossa escolha para Vereador em BH. Assim, pedimos também o seu voto para o elegermos e contarmos com um representante que trabalhará por causas tão nobres e importantes para a família belo-horizontina .

terça-feira, 3 de abril de 2012

Saúde


A Campanha da Fraternidade deste ano nos convida a lançarmos um olhar sobre vários aspectos da saúde no cotidiano. Chama principal atenção sobre o tema observando os aspectos de ausência de condições para a população em geral, destacando as limitações apresentadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que precisa cobrir um país de dimensões continentais e evidenciando a visão popular voltada mais para a doença do que para a saúde.
Todos aspectos fundamentais para nossa reflexão, além de uma gama de outros assuntos e ações que o tema “... “ desperta em nosso meio.
Convido vocês a um olhar comigo novamente uma das passagens bíblicas que serve como motivadora para a discussão do tema que é a cura de um paralítico feita por Jesus em condições de repleta dificuldade e com uma demonstração de muita persistência.
Está em Marcos 2?.. Jesus está em Cafarnaum com a casa repleta de pessoas que querem escutá-lo e vê-lo quando, do nada, aparece uma maca descendo do teto com um enfermo que pede que Jesus o cure. O Nazareno diz para o doente: “Seus pecados estão perdoados”, mas ele continua no leito e inerte e isso só causa um grande desconforto na plateia, repleta de gente que queria eliminar Jesus.
Bem, na sequência Jesus diz ao moribundo: “Levanta, pega sua cama e vá embora”.
A reflexão que proponho está nesta parte do texto... “Levanta... e vá”. Esta é uma ordem direta, clara e sem rodeios. O Mestre aponta o caminho para o doente: atitude.
Atitude e não lamento. Ele quer que nos levantemos e procuremos a saída para construção da saúde e não a acomodação com a doença. Esta atitude já estava explicita nesta passagem quando ele percebe a persistência daquele grupo que busca a “cura”, mas ele ainda exige mais. Não basta buscar a cura, é preciso levantar e tomar a atitude para demonstrar à todos que a mudança (também chamada de milagre) é possível.
O milagre está na mudança de condição. Neste caso, da doença para a saúde. Porém, a exigência é firme... Levanta!
Serve-nos também, esta exigência, para o âmbito social, pois para mudarmos as condições das estruturas de saúde em nosso país é preciso mais que lamentações e acusações; é necessária a atitude social organizada e voltada para soluções de caráter permanente.
Elimar Silva Melo

sexta-feira, 9 de março de 2012

Qual é o seu Isaque?


Meus queridos, a Quaresma nos convida a refletir.
Assim como fez Jesus, ao se isolar no deserto por 40 dias para pensar no que estava por vir e orar a Deus pedindo coragem para prosseguir em sua tarefa, nós Cristãos temos neste período do ano Litúrgico, um momento para reavaliarmos o rumo de nossas vidas e a forma como nos entregamos à nossa missão de vida.
Este último final de semana foi bem tumultuado para mim. Evento na escola das crianças, festa para celebrar o aniversário de uma coleguinha do meu filho, almoço com os pais de uma coleguinha da minha filha, e por aí vai... Eu cheguei a titubear sobre ir ou não à Missa das 19:30, mas com certo esforço consegui vencer a preguiça e caminhei. O presente foi a bela reflexão do Padre Manoel sobre a aliança de Deus com Abraão. Uma leitura rica que me inspirou a escrever algumas linhas.
Já não me lembrava da história e confesso ter ficado preso em conjecturas, tentando entender porque Deus pediria a Abraão que sacrificasse seu filho. Qual seria a lógica Divina em operar o milagre de que um casal estéril e já velho consiga gerar um filho, para depois pedir a este pai que o mate?
Fiquei imaginando a angústia de Abraão caminhando horas ao lado daquela criança amada. Vocês conseguem imaginar o turbilhão na cabeça daquele pai? E o Isaque então, como qualquer criança, deve ter subido a montanha perguntado: _ Papai, já está chegando? Quanto tempo falta para chegar lá em cima? E onde está o cervo que vamos matar para comer? Eu estou com fome!
O coração de Abraão devia estar aceleradíssimo. Os olhos, segurando as lágrimas para não deixar seu filho preocupado. É bem provável que ele teve dúvida se deveria ou não atender o pedido de Deus; e se o Deus que ele acreditava era realmente bom. Mas o fato é que, se Abraão teve mesmo dúvidas e vários outros sentimentos naquele momento, ele não fraquejou! Só não matou Isaque porque no momento em que levantou a faca, um Anjo apareceu e não permitiu que o ato se consumasse.
Ao reler esta passagem, muitas dúvidas e perguntas pipocaram na minha cabeça. Porque Deus, que sabe tudo o que passa em nossos corações, precisaria provar Abraão? Porque Ele daria um filho amado a alguém e depois lhe pediria algo tão cruel como isso?
Bom, eu não sei se o Padre Manoel é telepata, mas o fato é que eu mal terminara de compor estes pensamentos quando ele começou a explicar.
Deus deu a Abraão o que ele mais desejava e muito provavelmente, como acontece com qualquer um de nós, ao conseguir algo que desejamos muito, passamos a só ter olhos para aquilo. Não é verdade? Quando éramos crianças e ‘Papai Noel’ nos dava o que havíamos pedido na cartinha, passávamos dias brincando incansavelmente com aquele presente. Nossas mães nos chamavam para comer, tomar banho, escovar os dentes e respondíamos: _ Já vou!
Dependendo do brinquedo, a gente até dormia com ele no cantinho da cama, lembram?
Hoje, já adultos, continuamos agindo de forma bem similar. Seja por um emprego que paga um salário melhor, o dinheiro que juntamos para uma casa maior, trocar o carro, uma viagem de férias ou até mesmo um iqualquer, pod, pad, Mac ou phone.
Isto se chama “apego” e pode ser a qualquer coisa, inclusive a vida da Terra.
Deus, em sua infinita sabedoria, deve ter visto Abraão apegado a Isaque e meio esquecido da sua verdadeira missão. Como qualquer Pai amoroso, lhe deu um ‘puxão de orelhas’ para lembrar onde o foco dele deveria permanecer. Exatamente como nossos pais faziam conosco ou fazemos hoje com os nossos filhos, quando por exemplo se distraem com alguma coisa e param de fazer suas tarefas. Um... ‘volta para o caminho’!
Meus amigos, todos nós vivemos apegados a diferentes ‘Isaques’ e a Quaresma nos provoca uma auto reflexão. Sendo assim, a Igreja nos alerta para estarmos focados na missão que Deus nos confiou e da mesma forma que Abraão, desapegarmos de tudo que pode estar nos afastando da mesma.
Grande abraço,
Paulo Tadeu de Resende

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ferramenteiro do Pai

Maravilhoso texto que o Elimar escreveu como homenagem do Jurassic Prodes aos 80 anos do Padre Osvaldo: