segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Hálito de Deus


Em Gênesis lemos que no processo de Criação Deus elabora todas as coisas existentes e por fim faz o homem do barro e sopra sobre ele para lhe dar a vida. É comum pensarmos neste ato como um evento mágico em que um artesão constrói sua obra e, quando ele a percebe acabada, liga um botão que a faz funcionar.

Quero provocar você para pensar comigo num outro viés, menos mágico, menos alegórico, portanto mais prático.

O sopro de Deus, a projeção do seu hálito é o que vida ao corpo inanimado, à sua obra finalizada, porém inerte e sem o elemento que vem de “dentro” do Criador. O corpo, como na alegoria usada pelo autor do primeiro livro da Bíblia, é parte de uma obra maior, é um item de muitos que são colocados na Criação. Porém, só depois que o Obreiro retira algo interior seu, algo que lhe é íntimo é que a obra está completa e tem VIDA. É seu sopro, seu hálito, sua vida. Vida divina, oriunda de parte Dele. E é isso que anima o corpo, ou seja, que lhe dá “Anima” (mesmo que alma) e que faz a Criação SER.

Bem, está reflexão inicial é para chegarmos ao sopro... à alma... ao Espírito (mesmo que sopro) de Deus. Vejamos, é o Espírito que dá a Vida, que anima o homem (ser humano) e que faz dele o final da Criação.

O Espírito (Santo) é a essência de Deus, seu íntimo... É Deus! E é somente através Dele que se faz a vida, fora Dele a vida é “de barro”, inanimada, artificial.

Na presença do Espírito Santo é que inicia a criação. Espírito este que fica deixado de lado no momento em que concorre com o pecado (ausência de Deus – ausência do Espírito).

No percurso da história bíblica, seja no Antigo Testamento ou no Novo Testamento, a presença Dele se manifesta em diversas formas, porém duas em especial me chamam a atenção. A primeira é no batismo de Jesus de Nazaré por João, o Batista. Neste momento Deus se manifesta, Deus fala (sopra com som) e reconhece Jesus publicamente como seu Filho e o Espírito aparece em forma de pomba.

A outra é no momento que os apóstolos estão repletos de medo, trancados e escondidos da perseguição dos fariseus, após a morte de Jesus e o Espírito se manifesta em forma de línguas de fogo e os devolve a Vida (de verdade). Até aquele momento eles estavam inertes, confusos e acabrunhados. É na presença do Espírito que a Coragem aparece. É na presença do Espírito que somos capazes de nos reconhecermos “mais” vivos e prontos para melhorar a Vida dos outros. Darmos mais VIDA ao mundo, melhor dizendo, dar um melhor significado para as pseudo vidas que temos.

Celebramos a festa de Pentecostes, alertei para isso e quis dividir com você. Penso ainda nos dons do Espírito, mas essa é outra conversa.

Continuo a provocação... Pense nisto: Como está a Vida? Cheia ou vazia? Com ou sem Alma? Estamos no “Hálito de Deus”?

Elimar Melo