A
Campanha da Fraternidade deste ano nos convida a lançarmos um olhar sobre
vários aspectos da saúde no cotidiano. Chama principal atenção sobre o tema
observando os aspectos de ausência de condições para a população em geral, destacando
as limitações apresentadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que precisa cobrir
um país de dimensões continentais e evidenciando a visão popular voltada mais
para a doença do que para a saúde.
Todos
aspectos fundamentais para nossa reflexão, além de uma gama de outros assuntos
e ações que o tema “... “ desperta em nosso meio.
Convido
vocês a um olhar comigo novamente uma das passagens bíblicas que serve como
motivadora para a discussão do tema que é a cura de um paralítico feita por
Jesus em condições de repleta dificuldade e com uma demonstração de muita
persistência.
Está
em Marcos 2?.. Jesus está em Cafarnaum com a casa repleta de pessoas que querem
escutá-lo e vê-lo quando, do nada, aparece uma maca descendo do teto com um
enfermo que pede que Jesus o cure. O Nazareno diz para o doente: “Seus pecados
estão perdoados”, mas ele continua no leito e inerte e isso só causa um grande
desconforto na plateia, repleta de gente que queria eliminar Jesus.
Bem,
na sequência Jesus diz ao moribundo: “Levanta, pega sua cama e vá embora”.
A
reflexão que proponho está nesta parte do texto... “Levanta... e vá”. Esta é
uma ordem direta, clara e sem rodeios. O Mestre aponta o caminho para o doente:
atitude.
Atitude
e não lamento. Ele quer que nos levantemos e procuremos a saída para construção
da saúde e não a acomodação com a doença. Esta atitude já estava explicita
nesta passagem quando ele percebe a persistência daquele grupo que busca a
“cura”, mas ele ainda exige mais. Não basta buscar a cura, é preciso levantar e
tomar a atitude para demonstrar à todos que a mudança (também chamada de
milagre) é possível.
O
milagre está na mudança de condição. Neste caso, da doença para a saúde. Porém,
a exigência é firme... Levanta!
Serve-nos
também, esta exigência, para o âmbito social, pois para mudarmos as condições
das estruturas de saúde em nosso país é preciso mais que lamentações e
acusações; é necessária a atitude social organizada e voltada para soluções de
caráter permanente.
Elimar Silva Melo