No próximo final de semana, estarei completando 16 anos de
casado. Como passou depressa... e como eu estava despreparado para a realidade
do matrimônio.
Celebramos nosso casamento no ano em que completei 30 anos e
minha esposa 26. Julgava ter esperado o suficiente e vivido bastante a vida de
solteiro, pronto para viver uma vida a dois e construir a minha própria
família. Aos 30 anos eu já estava formado, tinha um emprego estável e a
condição, ainda que bem austera, de sustentar nossa casa.
Planejamos esperar uns anos para ter filhos. Queríamos fazer
umas economias, ter uma moradia própria e principalmente, fortificar nosso
amor. Concordávamos que ser Pai e Mãe era uma “brincadeira” séria e não
queríamos correr o risco de viver uma separação, que por si só é bastante
traumática, com filhos então...
Mas tentar controlar nossas vidas é uma atividade dolorida,
frustrante e desnecessária. As coisas acontecem no tempo de Deus e demoramos um
pouco a entender isto. Apesar de toda organização, nos vimos destruindo nossa
relação após termos alcançado a maternidade, um lar e crescimento profissional.
Antes de jogar a toalha e caminharmos cada um para o seu
lado, decidimos fazer uma terapia de casal. Precisávamos de ajuda. Já estávamos
muito seguros de nossas verdades unilaterais, para conseguir conversar (escutar
e entender o outro) sozinhos. Foi muito melhor do que eu imaginava. Começamos
incrédulos. Apesar de a terapeuta ter moderado nossas sessões com maestria,
entrávamos no carro esbravejando e acusando um ao outro, mas com o tempo, as
raivas e brigas foram trocadas por risos e chacotas dos nossos próprios erros.
Acho que Deus deve ter visto nosso esforço para aceitarmos
nossas imbecilidades e resolveu nos mandar mais um anjinho para cuidar. O que
aumentou ainda mais nossa responsabilidade como guardiões da nossa família.
Mas a rotina é cruel e o mundo te vende felicidades.
Trabalhe, ganhe dinheiro, compre mais, viaje, tenha mais, etc e você será
feliz.
Mesmo não sendo do grupo dos mais bitolados, também “dançamos
conforme a música,” vivíamos e vivemos como o nosso entorno e ai, esquecendo do
que realmente nos uniu, do amor que temos um pelo outro e de viver neste amor,
fomos nos distanciando outra vez... A grande diferença era a consciência do
limite. Como já havíamos experimentado os problemas de uma relação egocêntrica
e egoísta, tínhamos nossa referência do até onde chegar antes de acionar os
antigos problemas e por isso, já não nos permitíamos ir muito longe em nenhuma
das discussões. Ainda assim faltava algo.
Sei que Deus tem o seu plano para cada um de nós e não
descuida dos Seus filhos. Ele decidiu então nos dar outra ‘mãozinha’, colocou
então algumas pessoas no nosso caminho para nos ajudar. Convidaram-nos a
participar do Encontro de Casais com Cristo e apesar de relutar por dois anos,
dissemos sim no terceiro.
Sem dúvida nenhuma, um dos melhores presentes que já
recebemos na vida!
Estar próximo de Deus e de Seu plano. Participar de uma
comunidade na qual as pessoas buscam diariamente viver de forma Cristã, claro
que ninguém consegue sempre e até isso é bom. Termos a referência de Cristo,
dos irmãos de Fé, alivia a caminhada e nos dá força para fazer diferente. Um
casamento a 3, tendo Deus como o Elo da nossa união. Este é o segredo de uma
união com amor e do Sacramento do Matrimônio.
De lá para cá muita coisa mudou em nossas vidas, inclusive o
amor que sentimos um pelo outro. Este, nunca foi tão claro, tão sólido e tão
Divino quanto é agora.
Quais são os casais que você quer conviver? Que tipo de
exemplo você quer para vocês e para os seus filhos? Quer educá-los na Fé ou
deixá-los expostos ao materialismo humano? Quer se cercar de amigos cujo maior
interesse é ver Cristo em você?
Diga sim! Abra mão de um fim de semana normal e experimente
fazer um Encontro com o seu cônjuge e com Deus. Um sim sempre abre muitas possibilidades.
Amém!
Paulo Tadeu de Resende