sexta-feira, 28 de junho de 2013

O tal Casamento

No próximo final de semana, estarei completando 16 anos de casado. Como passou depressa... e como eu estava despreparado para a realidade do matrimônio.
Celebramos nosso casamento no ano em que completei 30 anos e minha esposa 26. Julgava ter esperado o suficiente e vivido bastante a vida de solteiro, pronto para viver uma vida a dois e construir a minha própria família. Aos 30 anos eu já estava formado, tinha um emprego estável e a condição, ainda que bem austera, de sustentar nossa casa.
Planejamos esperar uns anos para ter filhos. Queríamos fazer umas economias, ter uma moradia própria e principalmente, fortificar nosso amor. Concordávamos que ser Pai e Mãe era uma “brincadeira” séria e não queríamos correr o risco de viver uma separação, que por si só é bastante traumática, com filhos então...
Mas tentar controlar nossas vidas é uma atividade dolorida, frustrante e desnecessária. As coisas acontecem no tempo de Deus e demoramos um pouco a entender isto. Apesar de toda organização, nos vimos destruindo nossa relação após termos alcançado a maternidade, um lar e crescimento profissional.
Antes de jogar a toalha e caminharmos cada um para o seu lado, decidimos fazer uma terapia de casal. Precisávamos de ajuda. Já estávamos muito seguros de nossas verdades unilaterais, para conseguir conversar (escutar e entender o outro) sozinhos. Foi muito melhor do que eu imaginava. Começamos incrédulos. Apesar de a terapeuta ter moderado nossas sessões com maestria, entrávamos no carro esbravejando e acusando um ao outro, mas com o tempo, as raivas e brigas foram trocadas por risos e chacotas dos nossos próprios erros.
Acho que Deus deve ter visto nosso esforço para aceitarmos nossas imbecilidades e resolveu nos mandar mais um anjinho para cuidar. O que aumentou ainda mais nossa responsabilidade como guardiões da nossa família.
Mas a rotina é cruel e o mundo te vende felicidades. Trabalhe, ganhe dinheiro, compre mais, viaje, tenha mais, etc e você será feliz.
Mesmo não sendo do grupo dos mais bitolados, também “dançamos conforme a música,” vivíamos e vivemos como o nosso entorno e ai, esquecendo do que realmente nos uniu, do amor que temos um pelo outro e de viver neste amor, fomos nos distanciando outra vez... A grande diferença era a consciência do limite. Como já havíamos experimentado os problemas de uma relação egocêntrica e egoísta, tínhamos nossa referência do até onde chegar antes de acionar os antigos problemas e por isso, já não nos permitíamos ir muito longe em nenhuma das discussões. Ainda assim faltava algo.
Sei que Deus tem o seu plano para cada um de nós e não descuida dos Seus filhos. Ele decidiu então nos dar outra ‘mãozinha’, colocou então algumas pessoas no nosso caminho para nos ajudar. Convidaram-nos a participar do Encontro de Casais com Cristo e apesar de relutar por dois anos, dissemos sim no terceiro.
Sem dúvida nenhuma, um dos melhores presentes que já recebemos na vida!
Estar próximo de Deus e de Seu plano. Participar de uma comunidade na qual as pessoas buscam diariamente viver de forma Cristã, claro que ninguém consegue sempre e até isso é bom. Termos a referência de Cristo, dos irmãos de Fé, alivia a caminhada e nos dá força para fazer diferente. Um casamento a 3, tendo Deus como o Elo da nossa união. Este é o segredo de uma união com amor e do Sacramento do Matrimônio.
De lá para cá muita coisa mudou em nossas vidas, inclusive o amor que sentimos um pelo outro. Este, nunca foi tão claro, tão sólido e tão Divino quanto é agora.
Quais são os casais que você quer conviver? Que tipo de exemplo você quer para vocês e para os seus filhos? Quer educá-los na Fé ou deixá-los expostos ao materialismo humano? Quer se cercar de amigos cujo maior interesse é ver Cristo em você?
Diga sim! Abra mão de um fim de semana normal e experimente fazer um Encontro com o seu cônjuge e com Deus. Um sim sempre abre muitas possibilidades.
Amém!


Paulo Tadeu de Resende